No Acre, o recente Congresso de Ciência e Tecnologia realizado pelo Instituto Federal do Acre (Ifac) reforça a aposta do estado em inovação como motor de desenvolvimento. Durante o evento, a atuação da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre chamou a atenção ao destacar a plataforma Ecossistema de Ciência, Tecnologia e Inovação do Acre, demonstrando que o estado busca integrar governo, instituições de ensino e sociedade em torno da ciência e da tecnologia. A difusão dessa plataforma sinaliza a ambição de consolidar um ambiente onde ideias, pesquisas e empreendedorismo caminhem juntos.
O congresso, com tema voltado a inteligência artificial e mudanças climáticas, reuniu dezenas de trabalhos científicos nas mais diversas áreas — das engenharias às ciências humanas — e promoveu oficinas, debates e exposições tecnológicas. Essa pluralidade demonstra não apenas interesse acadêmico, mas também o propósito de tornar o conhecimento científico relevante para problemas reais, muitos deles ligados às particularidades da Amazônia e às demandas locais do estado.
A presença institucional forte em eventos como esse revela que o Acre tenta consolidar uma política pública de inovação com metas de longo prazo. Por meio do ecossistema de ciência e tecnologia, o governo incentiva parcerias entre universidades, empresas, startups, pesquisadores e sociedade civil, visando transformar ciência em soluções práticas para o cotidiano. Essa articulação favorece a cooperação e reduz a fragmentação que muitas vezes limita o potencial de projetos isolados.
Outro ponto relevante é o estímulo à juventude e aos novos talentos. Com exposições de realidade virtual, jogos eletrônicos e mostra de tecnologias, o evento demonstrou que a inovação pode ser acessível e inspiradora. Isso contribui para abrir caminhos para estudantes e jovens profissionais perceberem que é possível atuar em ciência e tecnologia no próprio estado, o que minimiza o êxodo de talentos e fortalece o desenvolvimento regional.
A articulação entre diferentes atores — governo, academia, setor privado e sociedade — indica que o Acre busca se colocar como um polo de inovação. Com a padronização de processos, oportunidades de financiamento e desenvolvimento de infraestrutura de pesquisa, o ambiente local está gradualmente se estruturando para receber e transformar ideias em projetos concretos. Essa coordenação também aumenta a competitividade do estado perante outras regiões que disputam investimentos em tecnologia.
A temática de inteligência artificial e mudanças climáticas revela a consciência de que o futuro demanda soluções inovadoras com impacto ambiental e social. No contexto amazônico, onde os desafios ambientais são grandes, promover pesquisa de ponta e tecnologia adaptada localmente pode trazer benefícios significativos para meio ambiente, economia sustentável e qualidade de vida. Essa visão estratégica diferencia o Acre ao alinhar ciência, inovação e responsabilidade socioambiental.
Além disso, ao tornar o conhecimento acessível à comunidade por meio de atividades gratuitas e abertas, o Congresso fortalece a democratização da ciência. Esse acesso amplia o entendimento da população sobre tecnologia, incentiva participação cidadã e pode gerar um interesse coletivo pela inovação. A longo prazo, isso ajuda a criar uma cultura local de pesquisa e inovação, essencial para manter o ciclo virtuoso de desenvolvimento.
Em síntese, esse movimento no Acre demonstra como uma estratégia bem articulada de inovação pode transformar realidades. Integrar ciência, tecnologia, políticas públicas e participação social pode gerar oportunidades, valorizar talentos locais e contribuir para o desenvolvimento sustentável. O caminho ainda é longo, mas o estado avança com passos firmes rumo a um futuro onde inovação e progresso caminham juntos — um futuro possível e promissor para todos.
Autor: Kotova Belov
