Alerta Severo de Chuva: Entenda Por Que Alguns Celulares Não Recebem Avisos da Defesa Civil

By Kotova Belov 4 Min Read

Em dezembro de 2024, a Defesa Civil iniciou o envio de mensagens de alerta para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, informando sobre eventos climáticos extremos, como tempestades e deslizamentos de terra. Essa nova forma de comunicação é diferente do tradicional SMS, pois aparece como um pop-up na tela do celular, sobrepondo outros conteúdos. Essa tecnologia visa garantir que as pessoas recebam informações urgentes e possam procurar um local seguro em situações de emergência.

No dia 24 de janeiro de 2025, a comunicação ganhou destaque quando moradores de São Paulo começaram a receber alertas sobre chuvas fortes em seus celulares. No entanto, algumas pessoas relataram que não estavam recebendo os avisos quando mais precisavam. Essa situação gerou questionamentos sobre a eficácia do sistema e a razão pela qual alguns celulares não estão compatíveis com os alertas da Defesa Civil.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para que a tecnologia funcione corretamente, o smartphone deve ser um modelo mais recente, geralmente lançado a partir de 2020. Aparelhos fabricados antes dessa data podem ser compatíveis, desde que estejam com o sistema operacional atualizado. O g1 realizou um teste e constatou que um iPhone XR, lançado em 2018, também recebeu o alerta, demonstrando que nem todos os modelos antigos estão excluídos.

Além de ser um modelo mais recente, o celular deve suportar as tecnologias 4G ou 5G. Para dispositivos Android, é necessário que estejam rodando o Android 11 ou superior, ou Android 13 ou superior no caso do Android Go, que é utilizado em celulares de baixo custo. Para iPhones, a versão mínima exigida é o iOS 17. Dispositivos que utilizam sistemas operacionais próprios, como os da Poco ou Huawei, podem não ser compatíveis com os alertas.

Outro fator que impede a recepção dos alertas é o registro do celular. Aparelhos que não estão devidamente registrados ou que possuem histórico de roubo, furto ou extravio não receberão os avisos de emergência. Wilson Cardoso, membro do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), explica que esses dispositivos são registrados no Cadastro de Estações Móveis Impedidas (CEMI) e, portanto, são impedidos de funcionar corretamente.

A implementação dessa tecnologia está ocorrendo de forma gradual no Brasil. Até dezembro de 2024, o sistema foi implementado nas regiões Sul e Sudeste, com a previsão de cobertura nacional ao longo de 2025. Isso significa que, em algumas localidades, o serviço ainda pode não estar disponível, o que pode explicar a falta de alertas em certos celulares.

Gabrielle Silva, também do IEEE e especialista em parcerias tecnológicas na TIM Brasil, ressalta que a adoção dessa tecnologia é um processo em andamento. Ela destaca que a comunicação de emergência é uma ferramenta vital para a segurança da população, especialmente em regiões propensas a desastres naturais. Portanto, é essencial que os usuários estejam cientes das condições necessárias para receber esses alertas.

Por fim, a Anatel informa que os próprios usuários podem verificar se a configuração de alerta está ativada em seus celulares. Embora essa função venha habilitada por padrão, é sempre bom confirmar se está ativa, especialmente em momentos de risco. A conscientização sobre a tecnologia e suas exigências é fundamental para garantir que todos possam se beneficiar dos alertas de emergência emitidos pela Defesa Civil.

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