Cigarros Eletrônicos: O Que Tem Dentro dos Vapes Vendidos no Brasil

By Kotova Belov 4 Min Read

A pesquisa inédita do Laboratório de Química Atmosférica da PUC-Rio trouxe à tona preocupações significativas sobre os cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes. A análise revelou que esses dispositivos, particularmente os modelos descartáveis, contêm metais tóxicos como cobre, níquel, estanho e zinco, em concentrações muito acima do que seria esperado para qualquer material que possa ser inalado. Esses metais estão presentes nos vapes desde o momento em que são fabricados, antes mesmo de a bateria ser ativada.

A pesquisa aprofundou os alertas feitos por especialistas em saúde, que há anos apontam os riscos dos compostos tóxicos encontrados nos vapores desses produtos. Além das substâncias presentes no líquido que é aquecido, a nova descoberta adiciona mais um fator de risco, já que o vapor pode estar contaminado desde o início, o que amplia as preocupações sobre o uso desses dispositivos.

A presença de metais pesados nos vapes representa uma ameaça potencial à saúde dos usuários, especialmente porque eles são inalados diretamente para os pulmões. Isso aumenta o risco de doenças respiratórias e outros problemas de saúde associados à exposição a essas substâncias. Esses metais podem causar danos ao organismo ao longo do tempo, e seu impacto nas funções respiratórias ainda está sendo estudado.

Embora a venda de cigarros eletrônicos seja proibida no Brasil, esses produtos continuam a circular no país de forma ilegal, com o mercado clandestino em expansão. A falta de regulamentação eficaz permite que dispositivos de qualidade duvidosa cheguem às mãos dos consumidores, sem qualquer controle sobre os materiais utilizados em sua fabricação ou a segurança do produto.

O estudo da PUC-Rio se concentra especialmente nos vapes descartáveis, que são mais comuns entre os usuários iniciantes, que geralmente não têm conhecimento sobre os riscos associados a esses produtos. Esses dispositivos são muitas vezes vistos como uma alternativa mais segura aos cigarros tradicionais, mas a pesquisa demonstra que, na verdade, podem representar ainda mais perigo devido à presença de compostos perigosos.

Outro ponto destacado pela pesquisa é a presença de aromatizantes e outros aditivos que são utilizados para melhorar o sabor dos vapes. Alguns desses ingredientes, como os aromatizantes usados em velas, podem ser tóxicos quando inalados. A combinação desses fatores cria um quadro preocupante sobre o real impacto do uso de cigarros eletrônicos à saúde, especialmente para os mais jovens, que são o público-alvo desses produtos.

Além de ser um alerta para os usuários de vapes, a pesquisa também destaca a necessidade de políticas públicas mais rigorosas para combater a circulação desses dispositivos no país. A proibição da venda não é suficiente, sendo necessário um controle mais eficaz para evitar que esses produtos cheguem aos consumidores, principalmente aos mais vulneráveis.

Com essa nova pesquisa, a PUC-Rio lança um olhar crítico sobre os cigarros eletrônicos, oferecendo dados substanciais para reforçar o debate sobre a segurança dos vapes. O estudo é um convite para repensar o uso desses dispositivos e para buscar alternativas mais seguras e regulamentadas para os que buscam abandonar o tabagismo.

Este estudo também abre portas para mais investigações sobre os efeitos a longo prazo do uso de vapes, com foco na toxicidade dos compostos encontrados e nos possíveis danos à saúde pública. Como o mercado de cigarros eletrônicos continua a crescer, mais estudos como esse serão necessários para garantir a proteção da saúde dos cidadãos.

Autor: Kotova Belov
Fonte: Assessoria de Comunicação da Saftec Digital

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