Rodrigo Balassiano, especialista em fundos de investimento e profundo conhecedor da regulação do mercado de capitais, observa que a ICVM 175 marca uma nova era para a indústria de fundos no Brasil. A instrução, em vigor desde 2023, consolida e moderniza a regulamentação anterior, promovendo padronização, maior transparência e, sobretudo, abrindo espaço para a automatização de processos em larga escala. O futuro da administração de fundos já não é mais uma projeção — ele chegou, impulsionado por tecnologia, eficiência operacional e um novo modelo regulatório.
A automatização, nesse contexto, não é apenas uma tendência. É uma necessidade para que gestores, administradores fiduciários, custodiante e demais prestadores de serviço consigam atender às exigências de forma precisa, econômica e em tempo real. A ICVM 175 cria as condições ideais para isso, incentivando a digitalização, a integração de sistemas e a utilização de recursos tecnológicos como inteligência artificial, machine learning e automação robótica de processos (RPA).
Rodrigo Balassiano e a transformação promovida pela ICVM 175
Segundo Rodrigo Balassiano, a ICVM 175 consolida mais de 38 normas anteriores em uma única estrutura regulatória, simplificando o arcabouço legal e facilitando sua interpretação e aplicação. Mas seu mérito vai além da compilação normativa: ela introduz um modelo de fundo por compartimentos e flexibiliza a gestão de classes de cotas, aspectos que exigem sistemas mais sofisticados e maior capacidade de controle por parte dos administradores.
Para lidar com essa complexidade de forma segura e escalável, a automatização passou a ser peça central da administração moderna de fundos. A coleta, consolidação e envio de informações regulatórias; o cálculo e divulgação de cotas; o controle de riscos; e a comunicação com cotistas são tarefas que, com a nova regulação, devem ser executadas com mais frequência e precisão — exigindo tecnologia robusta e integrada.
Automatização como vetor de eficiência e conformidade
A ICVM 175 reforça a importância da governança, da segregação de funções e do reporte contínuo de informações à CVM e aos cotistas. Para atender a essas exigências, administradores estão adotando sistemas automatizados que permitem o cumprimento dos prazos regulatórios com redução de erros e de custos operacionais.

De acordo com Rodrigo Balassiano, a automatização de tarefas operacionais libera recursos humanos para focar em atividades analíticas e estratégicas, ao mesmo tempo em que fortalece a conformidade. Processos como reconciliação de ativos, cálculo de taxa de administração, verificação de limites regulatórios e distribuição de relatórios periódicos são hoje conduzidos por sistemas que operam 24 horas por dia, com rastreabilidade e segurança de dados.
Vantagens competitivas e impacto nos prestadores de serviço
A digitalização e a automação oferecem vantagens diretas para todos os envolvidos na cadeia de valor dos fundos. Gestores ganham agilidade e precisão nas decisões, administradores reduzem retrabalho e aumentam a escalabilidade, e os cotistas recebem informações mais claras e rápidas. Além disso, a tecnologia reduz os riscos operacionais e melhora a capacidade de resposta a fiscalizações e auditorias.
Rodrigo Balassiano observa que prestadores de serviço que investem em automação saem na frente na disputa por mandatos de fundos, pois conseguem oferecer soluções mais seguras, customizáveis e com menor custo. Isso tem impulsionado a adoção de plataformas integradas, APIs de dados, blockchain para registro de operações e até inteligência artificial para monitoramento de riscos em tempo real.
Desafios da implementação e necessidade de adaptação cultural
Embora os benefícios da automatização sejam evidentes, a transição ainda apresenta desafios significativos. Um deles é a necessidade de revisão de processos internos para que sejam compatíveis com os sistemas digitais. Outro é o treinamento das equipes, que devem se adaptar a novos fluxos operacionais, aprendendo a interagir com as ferramentas tecnológicas e a interpretar seus resultados.
Segundo Rodrigo Balassiano, o desafio mais profundo é cultural: trata-se de abandonar modelos operacionais manuais e compartimentados e adotar uma abordagem mais integrada, ágil e voltada à inovação. Isso exige visão estratégica das lideranças e comprometimento de todos os níveis da organização.
O papel da regulação como catalisador da inovação
A ICVM 175 não impõe a tecnologia, mas estimula seu uso ao exigir padrões de entrega mais elevados e a coexistência de múltiplas estruturas de fundo dentro de um mesmo veículo. Essa complexidade regulatória, somada ao avanço das expectativas dos investidores por mais transparência e eficiência, faz da automação uma resposta quase inevitável.
De acordo com Rodrigo Balassiano, a regulação atua como catalisador da inovação — ao elevar o padrão de exigência, cria um ambiente em que apenas operações modernas, seguras e bem estruturadas conseguem se destacar. Isso beneficia o mercado como um todo, ao elevar o nível de profissionalismo, governança e competitividade.
Conclusão
A ICVM 175 representa mais do que uma atualização normativa: ela inaugura um novo capítulo para a administração de fundos no Brasil. Ao combinar simplificação regulatória com estímulo à inovação, a norma criou o ambiente ideal para que a automatização ganhasse protagonismo. Agora, o futuro da administração de fundos é digital, integrado e orientado por dados.
A análise de especialistas como Rodrigo Balassiano demonstra que gestores e administradores que abraçarem essa transformação sairão na frente. Automatizar processos não é mais uma escolha opcional — é um passo necessário rumo à eficiência, à transparência e à perenidade na nova era do mercado de capitais.
Autor: Kotova Belov