O União Brasil enfrenta uma crise interna no Acre devido à disputa pela candidatura ao governo estadual em 2026. O senador Alan Rick, atual presidente do diretório estadual, deseja concorrer ao cargo, mas seus planos conflitam com os interesses dos irmãos Rueda e do senador Márcio Bittar, criando uma divisão no partido.
Antônio Rueda, presidente nacional do União Brasil, tem como objetivo eleger seu irmão Fábio Rueda como deputado federal em 2026. Para isso, ele busca apoio de quem puder fortalecer essa candidatura. Fábio Rueda, que atualmente dirige o diretório municipal de Rio Branco e chefia o escritório da representação do Acre em Brasília, teve uma campanha dispendiosa, mas malsucedida nas últimas eleições.
Na capital acreana, os irmãos Rueda apoiam a reeleição do prefeito Tião Bocalom, que recentemente migrou para o PL. Essa movimentação coloca Bocalom em oposição a Alysson Bestene, candidato apoiado por Alan Rick. O senador Márcio Bittar teve papel fundamental na filiação de Bocalom ao PL, partido presidido por seu filho em Rio Branco.
A estratégia dos Rueda e Bittar visa utilizar a máquina municipal de Rio Branco para impulsionar a candidatura de Fábio Rueda a deputado federal e a reeleição de Bittar ao Senado em 2026. Se bem-sucedida, essa manobra poderia fortalecer Bocalom como potencial candidato ao governo do Acre.
A rivalidade entre os senadores Alan Rick e Márcio Bittar teve origem nas eleições anteriores. Bittar, que era relator-geral do Orçamento em 2021, gozava de prestígio junto aos irmãos Rueda e direcionava emendas para áreas de interesse do partido.
A situação se complicou quando Rick, então deputado federal, foi cogitado para ser vice na chapa do governador Gladson Cameli. Bittar, por sua vez, tentava incluir sua ex-esposa, Márcia, na mesma chapa. Diante do fracasso dessa articulação, Bittar mudou de estratégia, lançando-se como candidato ao governo e colocando Márcia na disputa pelo Senado contra Rick.
Bittar chegou a tentar impedir a candidatura de Rick, que foi confirmada por intervenção nacional do partido. No final, Bittar sofreu uma dupla derrota: sua campanha, que custou mais de R$ 3 milhões, resultou em apenas 4 mil votos, e Márcia não conseguiu se eleger.
Esse cenário de disputas internas e ambições políticas conflitantes ilustra os desafios enfrentados pelo União Brasil no Acre, refletindo as complexidades da política local e as tensões dentro do partido em nível estadual.