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GPWT: Melhores empresas para trabalhar continuam a estimular home office e flexibilidade de horários

No grupo de empresas consideradas as melhores para trabalhar no Brasil, segundo ranking do Great Place to Work, a flexibilidade de horários e o home office ainda são prioridade e ajudam na permanência e engajamento dos colaboradores

No mercado de trabalho em geral, as empresas estão menos flexíveis hoje do que estavam no ápice da pandemia. Mas um levantamento realizado pelo Great Place to Work com o grupo de 150 melhores empresas para trabalhar no Brasil mostra que 83% delas oferecem horário flexível e 90% oferecem home office — contrariando uma tendência global de retorno aos escritórios vista a partir de 2022 e que seguiu em 2023.

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Nas 150 melhores, os números relacionados à flexibilidade aumentaram em relação ao ano passado — em 2022, 77% ofereciam horário flexível e 85%, home office. No entanto, na comparação com 2021, há uma queda na porcentagem de empresas que oferecem horário flexível: naquele ano, foi de 90%, e para o home office a taxa foi de 94%.

“Existe uma tendência de retorno ao presencial que ficou muito evidente em 2023, mas, no grupo [das 150 melhores], o que se vê ainda é um grande estímulo à flexibilidade de horários e ao home office. Claro que há nuances e setores que demandam presença física, mas, em geral, são empresas onde a flexibilidade é incentivada”, analisa a Diretora de Conteúdo e Relações Institucionais do Ecossistema Great People & GPTW, Daniela Diniz.

Os dados foram apresentados em um webinar na manhã desta quinta-feira (19), e se referem às práticas e modelos de trabalho adotados pelas 150 empresas premiadas na 27ª edição do ranking GPTW.

Além disso, quase todas as empresas estão oferecendo benefícios de saúde mental e bem-estar, o que não é uma surpresa, avalia Daniela, devido à importância crescente do tema nos últimos anos. Em 2023, 97% das empresas adotaram práticas de saúde mental e bem-estar — este número era de 87% em 2022. Outras 27% reduziram a jornada de trabalho, um crescimento de 10 pontos percentuais em relação ao ano passado, quando a taxa era de 17%.

Em relação às práticas da empresa quando funcionários têm filhos, 23% das melhores para trabalhar oferecem licença-maternidade acima dos 120 dias exigidos pela lei. Para licença-paternidade, o período exigido pela lei é de 5 dias, e 66% das empresas oferecem mais tempo do que isso.

O que faz um colaborador permanecer na empresa
Quando perguntados sobre o motivo para que eles continuem em seus trabalhos atuais, 44% dos colaboradores elegeram oportunidades de desenvolvimento como o principal fator, seguido de qualidade de vida (26%), alinhamento de valores (16%), remuneração e benefícios (12%) e estabilidade (2%).

Houve um aumento, ano a ano, daqueles que priorizam qualidade de vida. Em 2020, 22% dos colaboradores elegeram este motivo para permanecer na empresa. A taxa cresceu para 23%, em 2021, e chegou a 26%, em 2022, o que faz sentido, avalia Daniela, já que este é um assunto com alta visibilidade hoje.

“Curiosamente, a pandemia não causou um aumento de respostas cuja principal motivação para permanecer é a estabilidade”, observa a executiva. “Nas melhores empresas, os funcionários não ficam pela estabilidade, isto é, pela garantia de emprego, mas pela oportunidade de crescer, seja por vias tradicionais de carreira hierarquizada, ou por outras vias de novas formas de crescimento, tais como múltiplas carreiras, carreiras fluidas”, observa.

Apenas 2% dos respondentes indicaram a estabilidade como motivo de permanência na empresa em 2023, número que se mantêm o mesmo desde 2020.

Diversidade caminha devagar
Embora na comparação histórica a diversidade nas empresas tenha aumentado ao longo do tempo, a presença feminina, de pessoas negras, de pessoas com deficiência (PCDs) e da comunidade LGBTQIA+ entre funcionários ainda é baixa.

No caso do recorte de gênero, ainda se mantém a tendência de que, quanto mais alto o cargo, menor a proporção de mulheres em relação à de homens. No nível de gestão operacional, por exemplo, em 2023, há presença de 47% de mulheres e 53% de homens. O número de mulheres, inclusive, diminuiu em relação a 2022 – quando a proporção era de 51% e 49%, respectivamente.

Entre os CEOs é onde se encontra também a menor participação de mulheres. A cada ano, há mais mulheres CEOs, mas a diferença ainda é muito significativa. Em 2020, eram 9%, crescendo para 11%, em 2021, 13%, em 2022, e 19%, em 2023. Nos conselhos das empresas, também há um público majoritariamente masculino (73%), e pouca inclusão de grupos minoritários (25%).

No recorte racial, em 2023, 11,2% dos funcionários se declararam pretos ou pardos nas organizações premiadas, sendo 6,5% homens e 4,7% mulheres.

Em relação às pessoas com deficiência (PCDs), das 150 premiadas, 99 empresas não divulgaram informações sobre o número de pessoas com deficiência. Das empresas que divulgaram seus dados, havia 2.067 funcionários com deficiência, o que representa 2,6% da força de trabalho.

Além disso, apenas 7,4% dos colaboradores se declararam com uma orientação sexual diferente de heterossexual. Em relação aos benefícios nas empresas, 96% delas oferecem planos de saúde que contemplem casais LGBTQIA+ e 95% das empresas têm algum grupo, área ou comitê responsável por combater a discriminação e promover a diversidade.

Na categoria com 10 mil ou mais funcionários, as vencedoras foram Itaú Unibanco (1º lugar), Accenture (2º) e Gazin (3º). Novo Nordisk (1º), SAP Labs (2º) e Tokio Marine (3º) foram os destaques na categoria com 1.000 a 9.999 funcionários. Entre as médias nacionais (100 a 999 funcionários), os primeiros lugares foram para BHS (1º), Levvo (2º) e TecnoSpeed (3º). E-Core (1º), Visagio (2º) e Cisco (3º) foram as campeãs em médias multinacionais.

Nesta edição do ranking participaram do processo 5.317 empresas, dentre as quais 3.868 receberam a certificação e, deste total, 150 foram premiadas como “As Melhores Para Trabalhar”. Esse número corresponde a 3,9% da base de certificadas, representando mais de 2,9 milhões de funcionários impactados, segundo a instituição.

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